Manifestantes ficaram feridos durante confronto com policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar no Centro do Recife nesta sexta-feira (12). O protesto era contra o aumento da passagem de ônibus na Região Metropolitana, votado e aprovado nesta sexta-feira na sede Grande Recife Consórcio e Transporte.
A confusão começou em frente ao Fórum Tomás de Aquino. Os agentes da PM lançaram bombas de gás para tentar conter os manifestantes que furavam o bloqueio. “Desde o começo a polícia quis comandar o percurso da gente. Chegou um ponto em que eles queriam que a gente fosse para um lado e nós queríamos para o outro. Quando conseguimos driblar, eles começaram a jogar bomba de gás. Atingiu idoso, criança, gente que não tinha nada a ver", contou Roberto Leandro, coordenador do Diretório Acadêmico de direito da Universidade Católica de Pernambuco.
Ferido no primeiro choque com a polícia, o atendente Marcelo Diniz foi atingido, segundo ele, por estilhaços da bomba de gás de pimenta. “Nosso objetivo era ir até o Grande Recife e ouvir da boca deles a decisão do aumento, para então fazermos uma assembleia e decidir o que faríamos do movimento. Só que a polícia não deixou e começou a jogar bomba, tivemos que correr, é um absurdo”, reclamou Marcelo.
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Muitos estudantes ficaram assustados e saíram correndo. Pessoas que passavam pelo local também não entendiam o que acontecia. "Eu vim aqui no Mercado de São José comprar algo para comer, quando vi tudo fechando, gente correndo. Só ouvi os tiros e as bombas", contou o aposentado José Arimateia, que se escondeu para fugir da confusão.
Depois de dispersados, os estudantes se reuniram novamente na Faculdade de Direito, na Boa Vista. Após assembleia, resolveram sair em passeata. “Nosso intuito é que a população se agregue ao movimento, queremos fazer um ato pacífico”, disse Alesson Barbosa, presidente da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco, momentos antes de o grupo sair da faculdade e fechar a Rua Princesa Isabel.
Com o fechamento da via, policias do Batalhão de Choque se aproximaram mais uma vez. O clima era de tensão. Parte dos estudantes havia entrado em acordo com a polícia, para fazer uma caminhada até a sede da Ordem dos Advogados do Brasil. A rua foi liberada apenas por poucos minutos. A outra parte do grupo, que não queria ser escoltada mais uma vez pela polícia, voltou a fechá-la.
Polícia usou bombas de gás (Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem/AE)
O Batalhão de Choque dispersou novamente a multidão com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para poder liberar a rua. Muitos correram novamente para dentro da Faculdade de Direito. Pedra foram jogadas na direção dos policiais. “Eu estava querendo ajudar, estava de costas para o Choque quando fui atingido no braço. Estava do lado da polícia, pedindo para o povo não jogar pedras e fui atingido. Isso não é possível”, reclamou o estudante de história da Universidade Federal de Pernambuco, Vagner Pereira de Oliveira.
A Polícia Militar informou que só vai se pronunciar sobre os confrontos desta sexta-feira no final da tarde, se tudo estiver resolvido. A utilização de balas de borracha e bombas de efeito moral, ainda segundo a PM, vai de acordo com a necessidade da situação e a agressividade constada.
Fonte: G1/PE
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