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O Maracatu Nação (também chamado de Baque Virado), o Maracatu Rural (ou de Baque Solto) e o Cavalo Marinho são os novos Patrimônios Culturais Imateriais do Brasil. O título foi confirmado durante a 77ª Reunião Deliberativa do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, na sede do Instituto Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, em Brasília. Os três foram eleitos por unanimidade pelo Conselho. Com o título, as manifestações ficam inscritas no Livro das Formas de Expressão e têm garantidos o reconhecimento, a valorização e a salvaguarda de um conjunto de bens culturais, saberes, fazeres e formas de expressão que representam.

“A conquista desse título confirma a importância que essas manifestações tiveram e continuam tendo para a memória, formação e identidade cultural de nossa gente. Como sua existência moldou e continua a moldar a construção de culturas mais contemporâneas. Oficializá-las como patrimônio imaterial do Brasil é também garantir sua permanência para as próximas gerações”, pontuou o secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelo Canuto, que esteve em Brasília para acompanhar a votação.

O pedido de registro dos bens culturais imateriais de Pernambuco – Maracatu Nação, Maracatu de Baque Solto e Cavalo Marinho - foi feito pelo então governador Eduardo Campos, fato que foi lembrado hoje, durante a leitura dos relatórios. Após este pedido do Governo do Estado de Pernambuco, empreendeu-se a elaboração do Inventário Nacional de Referência Cultural (INRC), para cada uma das manifestações. O INRC do Maracatu Nação foi realizado entre novembro de 2011 a junho de 2013. O Maracatu Rural (que está para ter a nomenclatura alterada no processo para Maracatu de Baque Solto, por ser a denominação identificada como a mais usual entre os brincantes) teve seu INRC elaborado entre janeiro de 2012 a dezembro de 2013 enquanto o do Cavalo Marinho entre novembro de 2011 a abril de 2013.


PARA SABER MAIS:

Maracatu Baque Solto

O maracatu de baque solto é visualmente reconhecido no país pelo caboclo de lança, personagem viril que, empunhando lança pontiaguda, se movimenta com ruidosos chocalhos às costas, flutuante cabeleira e vistoso figurino multicolorido. O emblemático caboclo de lança é, seguramente, a figura que mais se destaca. O folguedo no entanto traz outros personagens, como o caboclo de pena, de semelhante aura de magnetismo. Somados ao cortejo real e demais elementos que integram o folguedo formam um conjunto de peculiar plasticidade, cuja beleza exige fruição. Nesse espírito festivo, a brincadeira revela peculiaridades, detalhes da vestimenta, um olhar, uma cor, a expressividade dos rostos, o visual deslumbrante, o espetáculo minuciosamente preparado, a dança vigorosa, o frenesi dos instrumentos de sopro e percussão, e a riqueza dos versos improvisados do mestre do apito.


Cavalo-Marinho

A brincadeira do Cavalo-Marinho é uma forma de expressão tradicionalmente realizada pelos trabalhadores rurais da região da Zona da Mata Norte de Pernambuco e sul da Paraíba e historicamente tem sua execução ligada às festas do ciclo natalino. Trata-se de uma espécie de teatro popular que representa o cotidiano (presente e passado), real e imaginário, deste grupo social brasileiro por meio da poesia, da música, dos rituais e de seus movimentos corporais. Contém personagens com máscaras (figuras), variados tipos de danças, um rico repertório musical, a louvação ao Divino Santo Rei do Oriente, momentos de culto à Jurema Sagrada e a presença de animais ou bichos, como o Cavalo e o Boi. A brincadeira, que é comandada pelo Capitão, se realiza num terreiro em formato de semicírculo, em lugares planos e, normalmente, ao ar livre. Antigamente, era praticado nos engenhos e usinas de açúcar.

Maracatu Nação

O maracatu Nação, também conhecido como Maracatu de Baque Virado, é uma manifestação artística da cultura popular (sobretudo carnavalesca) da Região Metropolitana do Recife. Nela, um cortejo real desfila pelas ruas, acompanhado por um conjunto musical percussivo. Composto majoritariamente por negros e negras, os maracatus nação podem ser remontados às antigas coroações de reis e rainhas congo. Passaram por transformações e mudanças ao longo do século XX, demonstrando sua capacidade de adaptação e permanência. Trata-se, portanto, de uma forma de expressão da cultura negra, que tem sido considerada primordial na definição das identidades culturais pernambucanas, herança e resistência de negros e negras do passado. É uma manifestação performática que mistura música (percussiva com predominância das alfaias) e dança; considerada como uma forma de expressão, assim compreendida pelo fato de cortejo e percussão serem indissociáveis.

Fonte: Secretaria de Cultura de Pernambuco





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