Infraestrutura: Ferrovias viabilizam a logística de polos, Goiana poderá ser contemplada
Duas novas ferrovias poderão passar por Pernambuco e colocar em alta as possibilidades logísticas de dois grandes polos de desenvolvimento do estado, Suape e Goiana.
A primeira, em estudos mais avançados, contempla 893 quilômetros e ligará Ipojuca até Feira de Santana, na Bahia. Já a segunda malha ferroviária, ainda em estágio embrionário e sem projeto pré-definido, partiria de Goiana até Aratu, também na Bahia e teria aproximadamente 800 quilômetros.
“Já existia a possibilidade dessa ferrovia partindo do entorno de Complexo de Suape até a Bahia, quando foi criado PLI (o Programa de Investimentos em Logística), e como a ideia é otimizar a infraestrutura logística, apresentamos os avanços que chegavam na região de Goiana e a possibilidade de um novo modal ferroviário a ser incluído no programa”, apontou o secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, Márcio Stefanni Monteiro.
Segundo ele, o próprio presidente da Fiat, Cledorvino Belini, conversou com gestores federais e com o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, para que essa nova ferrovia fosse integrada ao processo de otimização da logística nacional.
“Fazendo analogias, a importância das estruturas ferroviárias serão equivalentes à rodovia BR-101. A BR-232, mais importante rodovia do estado, seria a ferrovia Transnordestina, projeto bilionário que corta todo o estado e terá grande relevância para o desenvolvimento produtivo pernambucano e nordestino”, comparou.
A ferrovia Transnordestina, porém, está emperrada e não deve chegar tão rápido a Suape, extremo do projeto em Pernambuco. As mudanças de traçado fizeram os cálculos das desapropriações travarem e as indenizações serem suspensas. O cálculo do custo total da obra também tem causado atrasos nas remobilizações dos canteiros. Apesar de o balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) divulgar R$ 7,5 bilhões, a empresa responsável pela obra afirma que o orçamento ainda está em negociação e, por isso, não comenta mudanças da construção.
Os dois novos projetos entrarão na lista de modais a serem viabilizados pelo Ministério dos Transportes, via Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A ligação ferroviária com estudos mais avançados possui 893 quilômetros de extensão e atravessa 33 municípios, sendo 17 na Bahia, cinco em Sergipe, seis em Alagoas e cinco em Pernambuco (Rio Formoso, Gameleira, Ribeirão, Sirinhaém e Ipojuca), onde faz conexão com a Transnordestina.
A própria ANTT está recebendo até 3 de julho sugestões aos estudos preliminares que irão reger o processo de concessão à iniciativa privada do trecho ferroviário entre Feira de Santana (BA) e Ipojuca (PE). As sugestões são abertas a qualquer pessoa ou instituição da sociedade por meio do site www.antt.gov.br. Ainda não há prazos para publicações de editais para a concessão dos projetos.
Diário de Pernambuco
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