Barragens de rios provocam erosão no litoral
Os canais de acesso para barcos de pesca ficam mais difíceis. Há ainda impactos sociais
Publicado em 08/09/2011 fonte jornal do commercio
Agência Estado
Foto: Boby Fabisak/ JC Imagem
As barragens de rios - tanto as que servem a hidrelétricas quanto as que têm a função de manter açudes em ambientes áridos - impactam a zona costeira a quilômetros de distância de onde foram construídas. É o que prova um estudo do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Transferência de Materiais Continente-Oceano, que ganhou neste ano o Prêmio Fundação Bunge no tema Oceanografia.
“Quando se constrói uma barragem, parte dos sedimentos que o rio levaria para o mar acaba ficando no mesmo lugar. Estima-se que hoje em dia os oceanos recebam apenas 50% dos sedimentos transportados há 100 anos, antes da construção das grandes represas”, afirma Luiz Drude de Lacerda, pesquisador que trabalha na bacia do Rio Jaguaribe, que corta 70% do Ceará e tem 87 reservatórios de água.
Esse material deveria repor o alimento das espécies marinhas e substituir parte do terreno que é engolido pela ação do mar. Por isso, Drude defende que os relatórios de impacto ambiental de barragens considerem também os ecossistemas marinhos onde os rios afetados deságuam.
CONSEQUÊNCIAS - Os impactos atingem as zonas do barramento e costeira e as atividades desenvolvidas, como a pesca. No local da barragem, os sedimentos se acumulam, aumentando as ilhas e as praias fluviais; a foz dos rios fica entupida de material. Os manguezais também crescem e começam a colonizar ilhas e praias. Os canais de acesso para barcos de pesca ficam mais difíceis. Há ainda impactos sociais.
“Na outra ponta, na costa, o maior impacto é a erosão, que já é uma consequência da intervenção do oceano no continente, independentemente das barragens. Mas, com menos aporte de sedimentos do continente, surgem problemas. As águas oceânicas penetram mais e salinizam os aquíferos costeiros, prejudicando o abastecimento da população.” A regulação do fluxo dos rios compromete toda a produtividade pesqueira da costa. “Principalmente no Nordeste, a pesca costeira depende dos sedimentos do continente. Ele é o combustível da cadeia alimentar marinha”, explica Drude.
Para o pesquisador, é preciso mudar a forma de fazer o zoneamento costeiro, levando em consideração os impactos das barragens. “É preciso identificar os efeitos das barragens na zona costeira para poder gerar cenários futuros. E planejar o gerenciamento costeiro de forma séria, para que as pessoas não sejam tão prejudicadas.”
“Quando se constrói uma barragem, parte dos sedimentos que o rio levaria para o mar acaba ficando no mesmo lugar. Estima-se que hoje em dia os oceanos recebam apenas 50% dos sedimentos transportados há 100 anos, antes da construção das grandes represas”, afirma Luiz Drude de Lacerda, pesquisador que trabalha na bacia do Rio Jaguaribe, que corta 70% do Ceará e tem 87 reservatórios de água.
Esse material deveria repor o alimento das espécies marinhas e substituir parte do terreno que é engolido pela ação do mar. Por isso, Drude defende que os relatórios de impacto ambiental de barragens considerem também os ecossistemas marinhos onde os rios afetados deságuam.
CONSEQUÊNCIAS - Os impactos atingem as zonas do barramento e costeira e as atividades desenvolvidas, como a pesca. No local da barragem, os sedimentos se acumulam, aumentando as ilhas e as praias fluviais; a foz dos rios fica entupida de material. Os manguezais também crescem e começam a colonizar ilhas e praias. Os canais de acesso para barcos de pesca ficam mais difíceis. Há ainda impactos sociais.
“Na outra ponta, na costa, o maior impacto é a erosão, que já é uma consequência da intervenção do oceano no continente, independentemente das barragens. Mas, com menos aporte de sedimentos do continente, surgem problemas. As águas oceânicas penetram mais e salinizam os aquíferos costeiros, prejudicando o abastecimento da população.” A regulação do fluxo dos rios compromete toda a produtividade pesqueira da costa. “Principalmente no Nordeste, a pesca costeira depende dos sedimentos do continente. Ele é o combustível da cadeia alimentar marinha”, explica Drude.
Para o pesquisador, é preciso mudar a forma de fazer o zoneamento costeiro, levando em consideração os impactos das barragens. “É preciso identificar os efeitos das barragens na zona costeira para poder gerar cenários futuros. E planejar o gerenciamento costeiro de forma séria, para que as pessoas não sejam tão prejudicadas.”
Nenhum comentário: