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Os empreendimentos que planejam se instalar no parque industrial em Goiana, e que são de extrema relevância para desenvolver a cidade e a região em sintonia com a instalação da Fiat e Hemobrás, podem demorar e muito a sair do papel. O problema é que os empresários foram lesados ao comprar terrenos que não estavam à venda, visto que são de posse do Estado, e ainda tiveram que pagar um valor bem superior em relação ao que vale a área. Um dos casos é o da empresa hoteleira da Bahia Aguilar Lima LTDA, que investiu R$ 600 mil em 3,1 hectares, às margens da PE-75, e está impossibilitada de tocar o projeto de 14 andares e 500 leitos porque descobriu que o terreno é do Estado e não particular. Algum intermediário do negócio pegou os R$ 600 mil, pagou R$ 300 mil pelo terreno e o restante do dinheiro sumiu, segundo informou com exclusividade o vereador Beto Gadelha, que presidirá a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a ser instaurada hoje na Câmara Municipal. Outros dois terrenos de propriedade de dois empresários, que são irmãos, foram vendidos à empresa Cerâmica Siriji e a Fábrica de Polpa Frutimar. Os irmãos possuem a escritura das terras, mas foram surpreendidos com a venda dos imóveis. O pior é que os compradores também registraram tudo em cartório. É muita confusão para uma só CPI.

AMEAÇA - Desde que se dispôs a liderar a investigação das vendas irregulares dos terrenos, o vereador Beto Gadelha vem recebendo ameaças por telefone. “O número é confidencial e dizem que estou falando demais”, contou. Segundo Gadelha, o esquema teve início na gestão do ex-prefeito, Henrique Fenelon, visando “atender os interesses do seu grupo político”. Agora, resta esperar para ver se a CPI vai adiante ou se terminará em pizza.

...e ninguém faz nada
Enquanto o governador Eduardo Campos percorre vários estados do País para deixar o terreno pronto para 2014, quando deverá disputar a Presidência da República, o Estado fica em segundo plano. É o que se conclui diante dessa situação em Goiana. Uma cidade que contará com a Fiat e a Hemobrás, mas que não tem estrutura mínima. Que tal prestar mais atenção nos impasses para atrair novas empresas e tentar resolver esse absurdo, herança da gestão passada? O fato é que a região sofre e muito com a falta de medidas enérgicas para frear situações tão vergonhosas.

Por Jamille Coelho/FolhaPE

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