Desde que foi anunciado o cancelamento da passagem da Tocha Olímpica na cidade de Goiana, a população vem buscando entender os reais motivos dessa anulação. Falta de vontade ou questões financeiras? Muitas dúvidas pairaram sobre o assunto desde então, por isso, a Reportagem Especial do Goiana Notícias foi ouvir todos os envolvidos e traz para seus leitores o porquê de Goiana sair da rota do revezamento.
A Tocha Olímpica Rio 2016 foi acesa na Grécia, no dia 21 de abril e chegou ao Brasil no último 3 de maio. Seu revezamento está programado para percorrer mais de 300 cidades de todos os estados brasileiros. Inicialmente, segundo dados do comitê organizador, Goiana, Recife, Igarassu, Olinda, Caruaru, Petrolina, Jaboatão e Gravatá seriam as localidades pernambucanas a receberem a passagem da Tocha.
Em meados de agosto de 2015, o comitê organizador do Revezamento da Tocha Olímpica esteve em Goiana para tratar do evento junto com uma comissão formada por representantes da Prefeitura Municipal. A princípio, foi definido um percurso de 3 KM que saia da Escola Técnica Estadual, na Vila Castelo Branco, até a Praça do Carmo, onde um palco com atrações artísticas estaria montado.
A Prefeitura Municipal chegou a assinar um contrato concordando com os termos do Comitê, que listava exigências como manter as ruas interditadas, proibir propaganda e venda de produtos não-oficiais, entre outros.
A equipe do Goiana Notícias percorreu o trajeto em que seria realizado o revezamento da Tocha na cidade e constatou que seria preciso muito mais que boa vontade para fazer o evento acontecer com as mínimas condições. Ao longo do caminho, a Reportagem Especial contabilizou dezenas de buracos e praças deterioradas, algo que levaria algum tempo e dinheiro para solucionar.
Perguntada sobre os investimentos a serem feitos para recuperar esse trecho, a Secretária Municipal de Obras, Marlize Mainardes, informou que seriam necessários cerca de R$ 700 mil para calçar ruas e tapar os buracos, além de recuperar as praças contidas no trajeto como a Praça da Soledade, Praça do Carmo e os canteiros encontrados em algumas avenidas, como a Rua das Quintas. Ainda segundo a secretária, a Prefeitura teria outras prioridades para investir e “maquiar” a cidade para a passagem da Tocha não seria de interesse.
De acordo com o Comitê Organizados, em Goiana, cerca de 15 pessoas seriam escolhidas para conduzir a Tocha no município, 3 delas indicadas pela Prefeitura e as demais pelos patrocinadores, através da escolha feita em seus sites. Segundo a Diretoria Municipal de Esportes, as indicações foram a atleta da Seleção Brasileira de Handebol Ana Cecília Monteiro, natural de Goiana e dois alunos da rede municipal de ensino, escolhidos através de concurso entre as escolas da cidade. Em sua página oficial no Facebook, a Federação Pernambucana de Handebol chegou a informar a participação de Cecília no revezamento em Goiana, no mês de abril, antes da decisão do cancelamento vir a público. Após a notícia de que Goiana não receberia mais a Tocha Olímpica, a jogadora fez um desabafo público através das redes sociais.
“É com muito orgulho que venho avisar que irei realmente conduzir a Tocha Olímpica. Irei conduzir a tocha por Igarassu, já que minha cidade natal não se dispôs mais a participar”, publicou ela, após ser contactada pelo Comitê Organizador do Revezamento da Tocha e ser convidada para carregar a Tocha em Igarassu, devido a sua importância como atleta da Seleção Brasileira.
A decisão é irreversível, apesar de o calendário oficial do revezamento ainda conter o nome de Goiana, a Prefeitura garantiu que o evento não será realizado e que encaminhou um ofício ao Comitê informando os motivos. Segundo a Prefeitura, a situação atual das finanças, devido à crise econômica, não permite que a quantia necessária seja investida.
A justificativa do Governo Municipal não convenceu a maioria da população que utilizou a internet e a mídia local para se manifestar contra. Um internauta postou que uma página da história de Goiana estava sendo arrancada. Já outro culpou a Prefeitura por má vontade e falta de organização, já que há um ano se sabia que a Tocha viria ao município.
O fato é que, se alguém deseja ver com os próprios olhos a Tocha Olímpica Rio 2016 vai ter que se dirigir para a cidade mais próxima.
Cidades mineiras também cancelaram
Outras cidades pelo Brasil acabaram por cancelar a passagem da Tocha Olímpica. Segundo matéria publicada no portal de notícias G1, Ipatinga, Gouveia e Betim, municípios de Minas Gerais, desistiram de receber o revezamento.
Por meio de nota oficial, a Prefeitura de Ipatinga disse que seria necessário R$ 180 mil em investimento e que preferia pagar o salário dos funcionários, já que os patrocinadores oficiais da Tocha Olímpica (Coca Cola, Nissan e Bradesco) não custeiam nenhuma despesa.
A cidade de Betim, conhecida dos goianenses por também possuir uma fábrica de carros do Grupo FCA, também cancelou a passagem da Tocha em seu território. Segundo o jornal O Tempo, Betim passa por uma crise financeira e não possui arrecadação necessária no momento para investir no evento.
Procurado pela Reportagem Especial, o Comitê Organizador do Revezamento da Tocha Olímpica Rio 2016 informou através de e-mail que respeita a decisão das Prefeituras locais e que a saída de algumas cidades da rota da Tocha não vai acarretar prejuízos maiores para o evento.
Fonte: Goiana Notícias
´´MAQUIAR A CIDADE???´´ Comentário tolo e sem noção da Secretária Municipal de Obras, Marlize Mainardes, que informou que seriam necessários cerca de R$ 700 mil para calçar ruas e tapar os buracos, além de recuperar as praças contidas no trajeto. Ela esqueceu que a cidade está nesse caos devido a zero investimentos em infra estrutura que nosso incompetente e lastimável Prefeito Fred Gadelha não o fez. As Ruas, Praças, Iluminação Pública, Saúde e Segurança entre outros, têm que ter investimentos obrigatórios como retorno dos carissímos impostos que pagamos. Uma cidade bem organizada não é estar maquiada, é uma cidade administrada com competência, que não é o caso de Goiana. Após mais de três anos de Fred, observamos as ruinas que a cidade está. Em uma gestão séria e competente não seria necessário gastar praticamente nada, porque já estaríamos estruturados para a passagem de uma tocha olimpica e estaríamos sendo respeitados como cidadãos.
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