Neste sábado, dia 4, seria a estreia de mais uma temporada da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. Contudo, pela primeira vez, em 53 anos de história, a temporada do espetáculo foi adiada devido as ações que estão sendo adotadas no País com o objetivo de combater a expansão do contágio pelo coronavírus.
O espetáculo, agora, será apresentado no período de 2 a 7 de setembro deste ano. “A preservação da vida é o mais importante neste momento, por isso resolvemos adiar
mesmo diante de todos os grandes desafios que isso representa”, afirmou Robinson Pacheco, presidente da Sociedade Teatral de Fazenda Nova.
Um dos grandes desafios já foi vencido esta semana quando Pacheco conseguiu confirmar a participação do elenco de artistas convidados para a temporada 2020. Caco Ciocler (Jesus), Edson Celulari (Herodes), Christine Fernandes (Maria), Juliana Knust (Madalena) e Sérgio Marone (Pilatos), além da destacada influenciadora digital Thaynara OG, que fará o papel de Herodíades garantiram presença na encenação de setembro.
Além disso, dos cerca de 52 atores e atrizes pernambucanos que atuam na peça, apenas três ainda não confirmaram participação por estarem ainda dependendo de negociações relacionadas aos seus trabalhos atuais. “Todos estão unidos e solidários. Existe uma expectativa muito grande do elenco em relação a setembro”, afirma Carlos Reis o diretor artístico do espetáculo.
Encenar o espetáculo cinco meses depois da Semana Santa será uma experiência totalmente nova para os produtores do espetáculo. “Temos muito trabalho pela frente, mas acreditamos que tudo vai dar certo porque a Paixão de Cristo é um espetáculo reconhecido internacionalmente pela sua grandiosidade e esmero técnico o que, por si só, já atrai o público interessado em entretenimento”, afirma Robinson Pacheco.
Quanto ao fato de o evento ser realizado em setembro, época que não terá o mesmo apelo religioso existente durante a Páscoa, ele afirma que a fé está presente nas pessoas o ano todo e não só na Semana Santa. “Em setembro, já teremos atravessado essa tempestade e todos nós teremos muito o que agradecer”, diz.
Robinson também aposta no sentimento de pernambucanidade que sempre motivou a população a valorizar as coisas do seu Estado. “A Paixão de Cristo é um patrimônio de todos os pernambucanos que há 53 anos vem contribuindo para projetar o nome do nosso Estado no Brasil e no mundo. Sendo assim, muitas pessoas virão assistir ao espetáculo também para nos ajudar a enfrentar esse grande desafio”, ressalta.
O espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém teve sua origem nas encenações do Drama do Calvário, realizadas nas ruas da vila de Fazenda Nova, distrito do município do Brejo da Madre de Deus (PE), no período de 1951 a 1962. A iniciativa foi do patriarca da família Mendonça, o comerciante e líder político local Epaminondas Mendonça com o objetivo de movimentar o comércio da cidade.
A ideia de construir um teatro que fosse uma réplica da cidade de Jerusalém para que nela ocorressem as encenações da Paixão de Cristo, foi de Plínio Pacheco, jornalista gaúcho, que chegou a Fazenda Nova em 1956. Mas o plano só veio a se concretizar em 1968, quando foi realizado o primeiro espetáculo na cidade-teatro de Nova Jerusalém.
“A Nova Jerusalém, construída pelos meus pais Plínio e Diva Pacheco, é resultado de uma semeadura regada com suor e lágrimas que fez brotar um fruto de valor inestimável para a cultura, o entretenimento e celebração da fé dos pernambucanos. As lutas, portanto, fazem parte da nossa história. Por isso vamos para mais essa batalha realizando o dobro do esforço normal a fim de entregar ao público um espetáculo digno da tradição e do prestígio conquistado pela Nova Jerusalém ao longo de sua história”, destacou Robinson.
O esforço e a seriedade empreendidos na montagem do espetáculo da Paixão de Cristo ao longo de sua história traduzem-se na satisfação revelada pelo público nas pesquisas de opinião. Todos os anos, cerca de 98% dos pesquisados consideram o espetáculo ótimo ou bom. Além disso, quase 50% do público retornam para assistir ao espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém pelo menos mais uma vez. Não é sem motivos, portanto, que, ao longo dos seus mais de 50 anos de história, a Paixão de Cristo já registra um público acumulado de mais de 4 milhões de espectadores.
Assessoria
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