A organização espera pelo menos 25 mil pessoas na concentração, na Praça do Derby, área central do Recife
Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
Recifenses se reúnem no Centro para exigir melhores serviços públicos e apelam para que tudo saia na paz
Recife, 20 de junho de 2013. No futuro, esta data pode figurar nos livros de história. Esta quinta-feira, a partir das 16h, a cidade reforça o grito iniciado duas semanas atrás em São Paulo. O ato começou pedindo redução nas tarifas de ônibus na capital paulista, mas virou um manifesto nacional contra a corrupção e por melhorias nos mais diversos setores, de saúde a educação, de transporte público a democracia. A página do evento recifense no Facebook, epicentro das discussões, já conta com quase 100 mil internautas confirmados.
A organização espera pelo menos 25 mil pessoas na concentração, na Praça do Derby, área central do Recife. É lá que estarão as caras, os cartazes e as cores de uma manifestação que, por consenso, deve bradar em paz e pela paz.
O percurso só será definido de última hora pelas lideranças do movimento, mas os destinos mais prováveis são Marco Zero, pela Avenida Conde da Boa Vista, ou Centro de Convenções, sede provisória do governo do Estado, pela Avenida Agamenon Magalhães. Grupos se articulam para ir juntos ao Derby, saindo dos quatro cantos da cidade e de outros municípios do Grande Recife. Pelas redes sociais, ao menos 4 mil pessoas prometem se encontrar às 14h no cruzamento entre a Avenida Rui Barbosa e a Rua Amélia, nas Graças, Zona Norte.
Membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e integrante da Frente de Luta pelo Transporte Público, o estudante Pedro Josephi diz que a manifestação principal será a saída do Derby, mas que haverá ativistas posicionados estrategicamente em alguns Terminais Integrados (TIs) do Recife. “Não podemos revelar todos os direcionamentos, mas faremos outras ações, como barricadas nos TIs. São várias frentes de atuação”, afirma.
Reunião na noite de anteontem liderada pelo procurador-geral de Justiça, Aguinaldo Fenelon, e que contou com a participação de líderes do movimento e representantes do poder público, discutiu a importância de manter o pacifismo do protesto. Outro encontro realizado anteontem, no Tribunal de Justiça, definiu que haverá um plantão especial do Judiciário no Fórum do Recife, das 16h à meia-noite. A Defensoria Pública do Estado também vai realizar plantão: três vans em pontos fixos serão disponibilizadas para prestar assistência jurídica aos manifestantes.
Motoristas e cobradores de ônibus cruzarão os braços entre 16h e 19h em apoio à manifestação. O protesto ainda será engrossado por artistas, médicos e representantes do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Até a Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados (ACS-PE) estará do lado do movimento e vai orientar PMs a atuar com tranquilidade.
Diante do temor de o protesto pacífico descambar para atos de vandalismo, como ocorreu noutros locais, empresas, comércio, escolas e universidades reduziram o expediente. A Secretaria de Defesa Social (SDS) alerta que pessoas podem se infiltrar na multidão para depredar o patrimônio público. Mas o movimento garante que o pacifismo é bandeira de que não abrem mão. Tanto que a concentração se dará diante do Comando-Geral da Polícia Militar.
Jornal do Commercio
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Foto: Reprodução da Tv Globo |
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