Proposta aprovada na Alepe vai, agora, para sanção do governador Paulo Câmara
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A expectativa não poderia ser
maior e melhor em Goiana diante da entrada do município na Região Metropolitana
do Recife – será a 15ª cidade metropolitana depois da aprovação, em
segunda votação, nesta terça-feira (19/12), na Assembleia Legislativa de
Pernambuco (Alepe). A desconfiança ainda existe entre alguns moradores, mas de
forma geral o sentimento é de que um futuro melhor se desenha para a cidade e
seus habitantes. A melhoria da mobilidade urbana – especialmente a oferta de
transporte público –, a capacidade em obter linhas nacionais de crédito e a
preservação do amplo ecossistema municipal são algumas das possibilidades
esperadas.
São 20 anos de espera e pelo menos duas gestões municipais de tentativas
para viabilizar a proposta de integração, assinada e capitaneada pelo deputado
Ricardo Costa (PMDB). “Já era hora de Goiana integrar a Região Metropolitana do
Recife. Aliás, já nos sentíamos assim, metropolitanos, até pela participação do
município em projetos como a PPP do saneamento e a atração de projetos
importantes para o desenvolvimento de todo o Estado, como as fábricas da Jeep e
da Hemobrás. Acreditamos que tudo ficará mais fácil e que a população local só
terá a ganhar”, comemorou o prefeito interino Eduardo Honório.
Na lista de expectativas, a
ampliação da oferta de transporte público, hoje limitado a uma única empresa de
ônibus – a Rodotur, que também atua no Grande Recife via Consórcio Conorte – e
com horários e viagens limitados. Para o Recife, por exemplo, é uma única
linha, de custo elevado (R$ 12) e que tem intervalos que chegam a 1h.
Além disso, com operação que se
encerra às 18h nos dias da semana e às 17h aos domingos. “Sofremos para chegar
ao Recife e às praias do município, por exemplo. Quando passarmos a fazer parte
do Grande Recife acredito que outras linhas serão criadas, inclusive com
destinos diferentes.
Hoje, a população de Goiana fica muito
vulnerável por não dispor de um bom serviço de transporte”, afirma o servidor
público Jessé Santos. A expectativa do município é de que seja realizada uma
licitação pública para ampliar a oferta de transporte na cidade, que vive
basicamente dos clandestinos. Carros de passeio e vans são os únicos que
conseguem garantir o ir e vir da população em substituição ao vácuo deixado
pelo transporte por ônibus.
MAIS GANHOS
Oswaldo Vieira, assessor especial da Prefeitura de Goiana, vai além do
transporte na hora de relacionar as vantagens de o município virar
metropolitano. “Goiana tem um vasto ecossistema, com a APA do Canal de Santa
Cruz e muitos manguezais. Ao integrar a RMR, poderá ter uma preservação
ambiental mais eficiente, com a participação de órgãos importantes como a CPRH.
Também poderemos conseguir uma maior valorização econômica e turística
do litoral do município, com 18 quilômetros de extensão e onde estão situadas
praias famosas do Litoral Norte pernambucano, como Pontas de Pedra, Barra de
Catuama e Carne de Vaca”, cita o assessor.
Sob o aspecto econômico e político, Oswaldo Vieira cita a inclusão da
cidade em conselhos metropolitanos e a facilidade para participar de programas
nacionais de créditos e financiamentos nas áreas de saneamento, mobilidade
urbana, resíduos sólidos e habitação. “Para se ter ideia das nossas
dificuldades, todo tipo de relacionamento que temos com a Caixa Econômica
Federal (CEF) tem que ser feito por Caruaru. Não podemos ir ao Recife porque
não somos metropolitanos.
Há 11 meses, por exemplo, não recebemos a visita de
um técnico do banco. Isso vai mudar a partir de agora porque estaremos
incluídos em programas restritos às áreas metropolitanas”, argumenta. A
proposta que integra Goiana à RMR vai para sanção do governador Paulo Câmara.
Até então, Goiana faz parte da Zona da Mata Norte do Estado.
JC Online
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